domingo, 13 de outubro de 2013

Padre expulsa oito rapazes por não jogarem pelo clube da Casa do Gaiato

Padre expulsa oito rapazes por não jogarem pelo clube da Casa do Gaiato

 

O padre responsável pela Casa do Gaiato de Paço de Sousa, em Penafiel, vai expulsar 8 rapazes que se recusam a integrar o Grupo Desportivo da Casa dos Gaiatos para jogar futebol noutro clube.

 
 
 
O grupo de oito rapazes, entre os 17 e os 22 anos, faz questão de dizer que em causa não está a sua dedicação à Casa do Gaiato, mas apenas a vontade de poderem treinar no clube da freguesia, o Paços de Sousa. Uma vontade que não tem o apoio do padre Júlio Freitas Pereira, que gere a instituição.
Um braço de ferro que se tem vindo a arrastar e que ontem, contou um gaiato à TSF, que preferiu não ser identificado, levou o padre a expulsar os oito rapazes. Outro gaiato, Sérgio Cruz admitiu que esta expulsão os vai deixar «numa situação muito complicada».
Ao lado dos oito rapazes está Sílvio Silva, o presidente do Paços de Sousa, que quer ajudar o grupo.
Ao Jornal de Notícias, o padre Júlio Pereira confirmou que os oito gaiatos vão ser este domingo recambiados para as famílias de origem. Já ao Correio da Manhã, o padre sublinha que «a regra já vem do tempo pai Américo. Só podem jogar pela instituição».
Esta manhã, o padre não quis gravar declarações, mas disse à TSF que o termo expulsão é «excessivo» e explicou que «a Casa do Gaiato tem regras e que se os rapazes não a querem representar no futebol, então vão ter de a abandonar».


Fonte: TSF

Pessoalmente e profissionalmente, acho esta situação preocupante. E deve ser analisada com muito cuidado.

3 comentários:

Anónimo disse...

Sim, a situação é preocupante, mas estes jovens já estão com idade suficiente para saber o que são regras...e que a sociedade as tem. Alguns até já atingiram a maioridade. Nós podemos desejar muitas coisas, mas sabemos que nem sempre essas coisas são as mais acertadas. O mal da nossa juventude é que não aceita um "não".Um dia um colega que trabalha com jovens destes, dizia que não sabiam dar valor às coisas, estragavam, as coisas eram substituídas, exigiam,tentavam fazer-lhes as vontades...

assistentesocial.com disse...

Caro anónimo: Eu trabalho com este tipo de jovens num lar de acolhimento, e este tipo de atitudes da parte dos adultos são uma clara violação dos direitos das crianças e jovens que a Casa do Gaiato jurou proteger. E não é por causa de uma equipa de futebol que se põe na rua miúdos que não têm qualquer suporte familiar. Mas esta é a minha opinião, formada em anos a trabalhar em lares de acolhimento. De certeza que havia outra forma de lidar com a situação, outras sanções. Agora, expulsão? Não sei, não.

Anónimo disse...

Se aqueles jovens com a idade que têm não sabem o que são regras, significa que a instituição em causa falhou no seu processo educativo, e o que parece pela atitude, é que a "regra" é mais um principio ditador e não uma regra socialmente educativa e inclusiva.
Se é importante aprender a aceitar um "não", é igualmente importante ensinar a dizer "não", tendo as instituições um papel importante no reconhecimento dos direitos dos indivíduos e na transmissão e socialização desses mesmos direitos, só assim contribuem para a formação de cidadãos.